quarta-feira, 21 de março de 2012

Meio Raul Seixas... Ouro de Tolo!

Já parou pra observar o quão tolo somos?
Pobres mortais imbecis
Que se matam de trabalhar e estudar,
lutam por um Domingo de descanso
E volta a trabalhar tudo de novo na semana...
Que vida miserável e sem sentido?
O mesmo ritmo cadenciado das coisas,
a mesma rotina viciada,
o mesmo jeitinho de nunca mudar,
o jeitinho Gabriela de ser.
Quando vamos parar para ver o Sol nascer?
A Lua brilhar?
"Ninguém reparou na Lua? A vida sempre continua..."
E tem gente que mata e morre por coisa tão besta... 
Vai tratar de viver!
Eu é que não vou me atolar de coisa inútil...
Ah!
Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada
Cheia de dentes
Esperando a morte chegar... 

E toca Rauuuuuuull!!!!!

segunda-feira, 12 de março de 2012

E o Mesmo Blah Blah Blah - Por Thiago Assoni


Já reparou que sempre existe
Uma boa história pra se desculpar?
Pare e perceba.
O trabalho que vai até tarde...
Um socorro a algum familiar...
A mãe internada, a amiga bêbada
Aulas todos os dias e o mesmo blah blah blah de sempre!
Sempre consegue justificar uma falta, um deslise.
Viver a vida do outro?
Isso é um atraso de vida!
É estar em um ninho
Sem vista pra você mesmo.
É se privar de saborear a vida
É fechar janelas com vista pro campo
E abrir a dos fundos da casa.
E essa de se justificar o tempo inteiro?
Ah! Isso é um porre!
Cansativo pra quem espera, sabia?
É exaustivo, dilacerante...
Ter de fazer de conta que está “tudo bem”
Enquanto a vontade grita no fundo da alma.
O pior é que, às vezes, a verdade está sendo dita.
Mas soa apenas como mais uma desculpa esfarrapada
Uma puta de uma desculpa de merda!
Não. Eu não sou um desiludido do Amor
E não estou me acabando em lágrimas. Não.
Mas eu penso: Não é mais fácil dizer logo:
“Não, eu não quero mais!” ?
Isso facilita as coisas para ambos os lados.
É mais direto, menos complicado.
Não cria expectativa, não gera desilusão.
Sem neuras, sem enrolação.
Parem de complicar aquilo que é tão simples.
Dê menos desculpas e tenham mais ATITUDE!
Não sei pra quê ser tão confuso.
Um céu girando por sobre nós
O tempo livre e belo para ser aproveitado
E ainda mantém o “a gente pode ver”
“Vamos marcar um dia”
Ah não! Descomplica!
Seja mais direto e fácil.
Sim... Ser fácil é mais legal!
Fácil não é ser vulgar, fútil e dado. Não confunda.
Sendo fácil, você aproveita mais, curte mais.
Pode escolher boas companhias, bons lugares
Afinal, estarão prontos para lhe receber.
Uns e outros teimam em ser reservados
Herméticos, misteriosos, esquisitos...
E pra quê tudo isso?
Seja mais ágil, voraz!
Isso abre portas e janelas com vistas lindíssimas!
Lógico que não é pra se tornar um egoísta egocêntrico, não.
Mas viva mais pra você
POR você
Isso tudo, além de maior praticidade
Vai te dar, também, muito mais Tesão!

domingo, 11 de março de 2012

Meio estranho - por Thiago Assoni


Eu me sinto, ainda, meio estranho.
Perdido em palavras que nunca foram ditas
E nem nunca serão.
Perdido num tempo distante
Sem saber se estou no começo
Ou se, de repente, tudo já acabou.
Existe essa linha tênue que me separa
Do real e do imaginário.
Fina o bastante para se romper com um sopro...
Um pensamento mais duro...
Uma palavra mais forte...
É aquela dorzinha já tão conhecida que já nem dói mais
Mas ainda insiste em existir... E coexistir!
E a estranheza se reinventado de novo
E de novo... E de novo...
É aquilo que toma o peito
Te enche o Ser
Inflama o Ego
Engrandece o Espírito...
Mas que se desfaz tal como Castelo de Areia à beira do Mar:
Bastou uma Onda e não existe mais.
O silêncio... A Distância...
A indiferença ou não...
Isso pode ferir.
Abre aquelas feridas doloridas
Machucados expostos em carne viva
Aquele sentimento que corroe a Alma
Dissolve o cérebro, inunda os olhos...
Cala a palavra presa na garganta.
A Palavra sôfrega, difícil
Que não toma nenhum caminho
Não segue nenhum rumo
E se perde dentro de você.
E o tempo vai passando...
Você nem percebe o quanto mudou
Que não é mais o mesmo
Que nada é mais o mesmo...
Mas algo ainda explode ai dentro
A vontade louca de ser irracional
E perigoso
Aquela vontade paradoxal de ser aquilo que condenou um dia!
Ser capaz de voltar atrás
E fazer tudo de novo exatamente igual
Só pra não ver acontecer diferente.
É querer ter de volta aquilo que já se foi
Sem querer ir tão longe para recuperar.
É achar que pode ser igual
Enquanto todo mundo já é diferente.
É tentar ser comum quando sabes que és diferente.
E eu me sinto meio estranho...
Querendo demais coisas que eu não posso ter.
Pensando demais coisas que não posso fazer.
Ouvindo demais coisas que não poderei dizer.
Basta! Eu quero Paz!
Ser apenas eu e nada mais!
Não precisa olhar para trás e pensar:
Não faço mais.
Só pelo fato de isso poder ferir alguém.
E quanto as feridas que doem aqui, em mim?
O que se faz?
Eu não quero ter de me encaixar.
Pensar dentro da caixa não me faz feliz nem melhor.
Abrir-me pra vida, sentir o dia passar sem compromisso
Muitos dirão que é vagabundagem quando quero apenas sentir.
Me dar ao luxo de sentir o tempo passar sem medo, sem precisar fazer algo
E me sentir menos inútil.
Essa lenda de quem nada faz, nada é.
Quem disse?
Sentar e ver o tempo passar, sentir o vento, a brisa...
Sabe... Eu ainda me sinto meio estranho.
Achando que não adianta tentar disfarçar
Sabendo que logo terei de lutar
Que o dia há de chegar.
Mas, sei também, que eu vou estar lá.
Queixo erguido, em pé
Sendo, ainda, inexorável, hermético.
Um para sempre paradoxo
Uma contradição de mim mesmo
Me recolhendo dos cacos espalhados de minh’alma
Estarei lá... Vendo tudo.
E sempre serei...
E ainda estarei assim...
Meio estranho.