sábado, 19 de maio de 2012

- The Haunted -




Dois.

O Pesadelo.


Outubro de 1945.

Os raios cortavam o céu escuro daquela noite chuvosa. O Casarão ficava em meio às árvores daquele terreno imenso e sem outros moradores ao redor. Nenhum vizinho, nenhuma outra casa. Nada! Tudo era longe daquele lugar.

Não fossem os trovões de quando em quando, a mansão estaria em total silêncio. As paredes estavam cobertas de sangue, que escorriam livre até o chão de madeira. A água da chuva tilintava nos vidros das janelas fechadas. O vento uivava e vinha rasteiro.

Os passos fortes faziam o chão de madeira ruir. O velho de barba branca deixou-se escorregar pela parede e ficou jogado num canto, chorando.garrafa tombada ao seu lado, sua espingarda ainda esfumaçava caída aos seus pés. Pela sala, espalhados os corpos da esposa e das duas filhas mulheres. As empregadas estavam mortas na cozinha e o mordomo morto na porta de entrada.

- Eu sou um maluco... Velho pirado... –ele chorava.– Eu matei todos eles... Todos estão mortos agora... Eu os matei.

Ele riu. Olhou o sangue nas paredes e pelo chão. Ria. Enlouquecido, ele ria. Levantou-se com certa dificuldade. Examinou a garrafa e verificou que estava mesmo vazia. Ouviu-a se espatifar em pequenos pedaços após jogá-la para trás, sem ver onde tinha caído. Trôpego, seguiu até a escada que levava para os quartos no andar de cima já com a espingarda em mãos novamente. Quando alcançou o último degrau, voltou-se para a sala lá embaixo e riu mais uma vez. Uma gargalhada que encheu a casa cheia de corpos que ele acabara de matar.

Quando outro raio iluminou a casa, ele olhou pela janela a chuva que caia lá fora. O trovão invadiu a casa e fez tremer as paredes.

- Que merda eu fiz... Eu devo mesmo estar louco...

Outro raio cortou o céu, desenhando um risco luminoso abstrato pelo firmamento, uma tela negra e profunda.

O velho levantou a espingarda na altura do queixo e colocou o cano duplo na pele branca e enrugada.

- Tende piedade de minha alma...

O som do tiro ecoou pela mansão. A chuva continuava lá fora. Não havia mais nenhuma pessoa dentro do casarão.

9 comentários:

  1. Tá... E ai?
    Só isso?

    ResponderExcluir
  2. Adorei, pelo jeito vai ser incrivél a história, eu lendo, lembre de um livro que ainda não terminei que se chama "O Hiponotista" que conta a história de uma família massacrada e um menino foi esfaqueado e mesmo assim sobreviveu, mas ele está muito feriado e precisa ser hipinotizado pra ele falar o que aconteceu, mas vai ser muito legal a história Thiago, adoro esse clima de terror.

    ResponderExcluir
  3. Ah xará como é bom ver que está escrevendo de novo. Sempre gostei e gosto muito.

    ResponderExcluir
  4. Gostei !!! enredo e a entrospectiva da historia ficaram excelentes !!!

    ResponderExcluir
  5. *-* Parabéns, me da um pouco dessa sua inspiração Thi?! Estou escrevendo uma estória, num caderno também, escrevo no trabalho. Espero que fique pronto logo, torça por mim ae ashus beijoo

    ResponderExcluir
  6. Doidera!!!!
    Adorei!

    ResponderExcluir
  7. "louco, tenso e hipnotizante, vc tenta montar as cenas na sua mente enquanto le, eh de arrepiar, parabens thi!."

    ResponderExcluir
  8. Muitooo boom meenino!!imaginei tudinho!! usuahs' obscuro!!!

    ResponderExcluir