Dois.
O Pesadelo.
Outubro de 1945.
Os raios cortavam o céu
escuro daquela noite chuvosa. O Casarão ficava em meio às árvores
daquele terreno imenso e sem outros moradores ao redor. Nenhum
vizinho, nenhuma outra casa. Nada! Tudo era longe daquele lugar.
Não fossem os trovões de
quando em quando, a mansão estaria em total silêncio. As paredes
estavam cobertas de sangue, que escorriam livre até o chão de madeira.
A água da chuva tilintava nos vidros das janelas fechadas. O vento uivava e
vinha rasteiro.
Os passos fortes faziam o
chão de madeira ruir. O velho de barba branca deixou-se escorregar
pela parede e ficou jogado num canto, chorando. A garrafa tombada ao seu lado, sua espingarda ainda
esfumaçava caída aos seus pés. Pela sala, espalhados os
corpos da esposa e das duas filhas mulheres. As empregadas estavam
mortas na cozinha e o mordomo morto na porta de entrada.
- Eu sou um maluco...
Velho pirado... –ele chorava.– Eu matei todos eles... Todos estão mortos
agora... Eu os matei.
Ele riu. Olhou o sangue
nas paredes e pelo chão. Ria. Enlouquecido, ele ria. Levantou-se
com certa dificuldade. Examinou a garrafa e verificou que estava mesmo vazia.
Ouviu-a se espatifar em pequenos pedaços após jogá-la para trás, sem ver onde
tinha caído. Trôpego, seguiu até a escada que levava para os
quartos no andar de cima já com a espingarda em mãos novamente. Quando
alcançou o último degrau, voltou-se para a sala lá embaixo e riu mais uma vez.
Uma gargalhada que encheu a casa cheia de corpos que ele acabara de matar.
Quando outro raio
iluminou a casa, ele olhou pela janela a chuva que caia lá fora. O
trovão invadiu a casa e fez tremer as paredes.
- Que merda eu fiz... Eu
devo mesmo estar louco...
Outro raio cortou o céu,
desenhando um risco luminoso abstrato pelo firmamento, uma tela negra e
profunda.
O velho levantou a
espingarda na altura do queixo e colocou o cano duplo na pele branca e enrugada.
- Tende piedade de minha
alma...
O som do tiro ecoou pela
mansão. A chuva continuava lá fora. Não havia mais
nenhuma pessoa dentro do casarão.
Tá... E ai?
ResponderExcluirSó isso?
Adorei, pelo jeito vai ser incrivél a história, eu lendo, lembre de um livro que ainda não terminei que se chama "O Hiponotista" que conta a história de uma família massacrada e um menino foi esfaqueado e mesmo assim sobreviveu, mas ele está muito feriado e precisa ser hipinotizado pra ele falar o que aconteceu, mas vai ser muito legal a história Thiago, adoro esse clima de terror.
ResponderExcluirAh xará como é bom ver que está escrevendo de novo. Sempre gostei e gosto muito.
ResponderExcluirGostei !!! enredo e a entrospectiva da historia ficaram excelentes !!!
ResponderExcluir*-* Parabéns, me da um pouco dessa sua inspiração Thi?! Estou escrevendo uma estória, num caderno também, escrevo no trabalho. Espero que fique pronto logo, torça por mim ae ashus beijoo
ResponderExcluirDoidera!!!!
ResponderExcluirAdorei!
"louco, tenso e hipnotizante, vc tenta montar as cenas na sua mente enquanto le, eh de arrepiar, parabens thi!."
ResponderExcluirhummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm
ResponderExcluirMuitooo boom meenino!!imaginei tudinho!! usuahs' obscuro!!!
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